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sábado, 18 de junho de 2011

APOSTOLO + LIBERTAÇÃO + VISÃO + VERDADE

“Imaginemos uma caverna separada do mundo externo por um alto muro, cuja entrada permite a passagem da luz exterior. Desde seu nascimento, geração após geração, seres humanos ali vivem acorrentados, sem poder mover a cabeça para a entrada, nem locomover-se, forçados a olhar apenas a parede do fundo, e sem nunca terem visto o mundo exterior nem a luz do Sol. Acima do muro, uma réstia de luz exterior ilumina o espaço habitado pelos prisioneiros, fazendo com que as coisas que se passam no mundo exterior sejam projetadas como sombras nas paredes do fundo da caverna. Por trás do muro, pessoas passam conversando e carregando nos ombros figuras de homens, mulheres, animais cujas sombras são projetadas na parede da caverna. Os prisioneiros julgam que essas sombras são as próprias coisas externas, e que os artefatos projetados são os seres vivos que se movem e falam. Um dos prisioneiros, tomado pela curiosidade, decide fugir da caverna. Fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões e escala o muro. Sai da caverna, e no primeiro instante fica totalmente cego pela luminosidade do Sol, com a qual seus olhos não estão acostumados; pouco a pouco, habitua-se à luz e começa ver o mundo. Encanta-se, deslumbra-se, tem a felicidade de, finalmente, ver as próprias coisas, descobrindo que, em sua prisão, vira apenas sombras. Deseja ficar longe da caverna e só voltará a ela se for obrigado, para contar o que viu e libertar os demais. Assim como a subida foi penosa, porque o caminho era íngreme e a luz ofuscante, também o retorno será penoso, pois será preciso habituar-se novamente às trevas, o que é muito mais difícil do que habituar-se à luz. De volta á caverna, o prisioneiro será desajeitado, não saberá mover-se nem falar de modo compreensível para os outros, não será acreditado por eles e correrá o risco de ser morto pelos que jamais abandonaram a caverna”. O MITO DA CAVERNA = PLATÃO, Alegoria inserida no Livro A República.


A caverna, diz Platão, é o mundo sensível onde vivemos. A réstia de luz que projeta as sombras na parede é um reflexo da luz verdadeira (as idéias) sobre o mundo sensível. Somos os prisioneiros. As sombras são as coisas sensíveis que tomamos pelas verdadeiras. Os grilhões são nossos preconceitos, nossa confiança em nossos sentidos e opiniões. O instrumento que quebra os grilhões e faz a escalada do muro é a dialética. O prisioneiro curioso que escapa é o filósofo. A luz que ele vê é a luz plena do Ser, isto é, o Bem, que ilumina o mundo inteligível como o Sol ilumina o mundo sensível. O retorno à caverna é o diálogo filosófico. Os anos despendidos na criação do instrumento para sair da caverna são o esforço da alma, descrito na Carta Sétima, para produzir a "faísca" do conhecimento verdadeiro pela "fricção" dos modos de conhecimento. Conhecer é um ato de libertação e de iluminação.
O Mito da Caverna apresenta a dialética como movimento ascendente de libertação do nosso olhar que nos libera da cegueira para vermos a luz das idéias. Mas descreve também o retorno do prisioneiro para ensinar aos que permaneceram na caverna como sair dela. Há, assim, dois movimentos: o de ascensão (a dialética ascendente), que vai da imagem à crença ou opinião, desta para a matemática e desta para a intuição intelectual e à ciência; e o de descensão (a dialética descendente), que consiste em praticar com outros o trabalho para subir até a essência e a idéia. Aquele que contemplou as idéias no mundo inteligível desce aos que ainda não as contemplaram para ensinar-lhes o caminho. Por isso, desde Mênon, Platão dissera que não é possível ensinar o que são as coisas, mas apenas ensinar a procurá-las.
Os olhos foram feitos para ver; a alma, para conhecer. Os primeiros estão destinados à luz solar; a segunda, à fulguração da idéia. A dialética é a técnica liberadora dos olhos do espírito.
O relato da subida e da descida expõe a paidéia como dupla violência necessária: a ascensão é difícil, dolorosa, quase insuportável; o retorno à caverna, uma imposição terrível à alma libertada, agora forçada a abandonar a luz e a felicidade. A dialética, como toda a técnica, é uma atividade exercida contra uma passividade, um esforço (pónos) para concretizar seu fim forçando um ser a realizar sua própria natureza. No Mito, a dialética faz a alma ver sua própria essência (eîdos) - conhecer - vendo as essências (idéia) - o objeto do conhecimento -, descobrindo seu parentesco com elas. A violência é libertadora porque desliga a alma do corpo, forçando-a a abandonar o sensível pelo inteligível.
O Mito da Caverna nos ensina algo mais, afirma o filósofo alemão Martin Heidegger, num ensaio intitulado "A doutrina de Platão sobre a verdade", que interpreta o Mito como exposição platônica do conceito da verdade. Deste ensaio, destacamos alguns aspectos:
1) O Mito da Caverna estabelece uma relação interna ou intrínseca entre a paidéia e a alétheia: a filosofia é educação ou pedagogia para a verdade. O Mito propõe uma analogia entre os olhos do corpo e os olhos do espírito quando passam da obscuridade à luz: assim como os primeiros ficam ofuscados pela luminosidade do Sol, assim também o espírito sofre um ofuscamento no primeiro contato com a luz da idéia do Bem que ilumina o mundo das idéias. A trajetória do prisioneiro descreve a essência do homem (um ser dotado de corpo e alma) e sua destinação verdadeira (o conhecimento das idéias). Esta destinação é seu destino: o homem está destinado à razão e à verdade. Por que, então, a maioria permanece prisioneira da caverna? Porque a alma não recebe a paidéia adequada à destinação humana. Assim, a paidéia, alegoricamente descrita no mito, é "uma conversão no olhar", isto é, a mudança na direção de nosso pensamento, que, deixando de olhar as sombras (pensar sobre as coisas sensíveis), passa a olhar as coisas verdadeiras (pensar nas idéias). E, observa Heidegger, não foi por acaso que Platão escolheu a palavra eîdos para designar as idéias ou formas inteligíveis, pois eîdos significa: figura e forma visíveis. O eîdos é o que o olho do espírito, educado, torna-se capaz de ver.
2) O Mito da Caverna recupera o antigo sentido da alétheia como não-esquecimento e não-ocultamento da realidade. Alétheia é o que foi arrancado do esquecimento e do ocultamento, fazendo-se visível para o espírito, embora invisível para o corpo. A verdade é uma visão, visão da idéia, do que está plenamente visível para a inteligência e, por ser visão plena, a verdade é evidência.
3) A idéia do Bem, correspondente ao Sol, não só ilumina todas as outras, isto é, torna todas as outras visíveis para o olho do espírito, mas é também a idéia suprema, tanto porque é a visibilidade plena quanto porque é a causa da visibilidade de todo o mundo inteligível. A filosofia, conhecimento da verdade, é conhecimento da idéia do Bem, princípio incondicionado de todas as essências. Assim como o Sol permite aos olhos ver, assim o Bem permite à alma conhecer. A luz é a meditação entre aquele que conhece e o aquilo que se conhece.
4) O Mito possui ainda um outro sentido pelo qual compreendemos por que Platão é o inventor da razão ocidental. De fato, na origem (como vimos em nosso primeiro capítulo), a palavra alétheia é uma palavra negativa (a - létheia), significando o não esquecido, não escondido. Com o Mito da Caverna, porém, a verdade, tornando-se evidência ou visibilidade plena e total, faz com que a alétheia perca o antigo sentido negativo e ganhe um sentido positivo ou afirmativo. Em lugar de dizermos que o verdadeiro é o não escondido, Platão nos leva a dizer que a verdade é o plenamente visível para o espírito. A verdade deixa de ser o próprio Ser manifestando-se para tornar-se a razão que, pelo olhar intelectual, faz da idéia a essência inteiramente vista e contemplada, sem sombras. A verdade se transfere do Ser para o conhecimento total e pleno da idéia do Bem. Com isto, escreve Heidegger, a verdade dependerá, de agora em diante, do olhar correto, isto é, do olhar que olha na direção certa, do olhar exato e rigoroso. Exatidão, rigor, correção são as qualidades e propriedades da razão, no Ocidente. A verdade e a razão são theoría, contemplação das idéias quando aprendemos a dirigir o intelecto na direção certa, isto é, para o conhecimento das essências das coisas.
Marilena Chaui
Fonte: O Cortiço Filosófico

terça-feira, 14 de junho de 2011

Lindo, lindo!

Estou postando um vídeo que mostra a responsabilidade que temos com nossa casa.
Procure refletir de diversas formas como somos aqueles que protegem o planeta.
Seja você também um guardião daquilo que Deus colocou em suas mãos.
Espero que gostem.....
http://www.youtube.com/watch?v=thuViaxRd_w&feature=related

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Mensagem de Páscoa



MENSAGEM DE PÁSCOA:

Quando menino a chegada da Páscoa representava para mim, apenas
a chegada de um tempo bom, de muita alegria, de ovos de chocolate e
confraternização em família.
Logo, logo queria descobrir o que tem a ver coelho, ovos, símbolos da
Páscoa com a ressurreição de Jesus Cristo e a fuga dos hebreus do Egito.

Descobri que os ovos são o símbolo do nascimento. Mais ainda, para minha
surpresa, quando jovem aprendi que ovo de páscoa é oco, justamente para simbolizar o
sepulcro vazio. O coelho, fiquei sabendo mais tarde que é o símbolo da vida,
da ressurreição, representa o ato de sair da toca bem cedo, na alvorada, para a vida,
e lógico porque os coelhos se reproduzem assim como o Cristianismo.

Somente agora, bem mais adulto entendi o verdadeiro significado da Páscoa.
Renascer é nascer novamente, pois de que importa sermos velhos, cheios de
erros e não nos renovarmos. Importa sim nascer denovo para uma nova
vida, cheia de vitórias e alegria, com Jesus Cristo no coração. A fuga dos
Hebreus marca o fim de um tempo de escravidão, de uma mente escrava,
de uma vida corrompida, de um caráter doentio, de não ser dono da própria
vontade. A escravidão se equivale a uma morte, a uma anulação. Precisamos
renascer para uma vida plena, livre de todos os vícios, de todas as manias,
de todos os costumes, das marcas do passado, do medo, da dor e tristes
experiências.

A Páscoa nos convida a liberdade de viver , de renascer para uma vida
plena, completamente livre e liberta. Hoje é o dia de renascer, de começar ou
recomeçar tudo, do jeito certo, hoje é o dia da mudança de sorte para deixar
resplandecer o sol, por luz sobre as trevas, deixar de lado o mal que corrompeu
nossa alma e nos recobrirmos com o véu da alegria e da pureza que tivemos na
nossa infância. É preciso se deixar ser tocado por esse espírito de ressurreição!

Quero todo dia despertar a alva, quero renascer a cada manhã com a alvorada e
desejo que o orvalho da manhã seja presente em nossas vidas assim como a
exuberância da terra. Quero sair como um coelho para a vida a cada madrugada
quero ver o sepulcro vazio e dizer todos os dias = "Eu tudo posso naquele que me
fortalece", falar para todos "Se Deus é por mim, quem será contra mim"?

Quero todos os dias olhar para o sepulcro vazio e dizer = "O meu redentor vive e
está comigo todos os dias, na minha casa, no meu escritório, na minha família e
na minha vida"!

Eu desejo, sinceramente, do fundo do meu coração que nesse tempo de Páscoa,
Todas as pessoas sejam instadas a abandonar tudo o que é velho, antigo, eu é
Passado triste para olhar para a frente, com otimismo, com coragem. Desejo que
Sua vida, hoje mesmo seja ligada à árvore da vida e seja repleto
Desse espírito de ressurreição em todas as áreas para, assim viver a vida como
Quem sorve o sumo de um fruto muito saboroso.

Hoje é dia de Páscoa! É dia de Renascer!

Feliz Páscoa para todos
Deus Abençoe
Apóstolo Nicolau Pítsica e Família

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